Blog de um simples professor de filosofia,filho de filhos do êxodo rural, que ainda sonha,de maneira cristã, ancorada na teologia da libertação, com um mundo mais justo e humano, para meus filhos, nossas famílias e para todos os excluídos.
PENSAR 001
domingo, 16 de agosto de 2015
EM PERSPECTIVA
'Crise é forjada, mentirosa e induzida pela mídia', diz Leonardo Boff
Teólogo afirma que veículos de comunicação são
golpistas e contra o povo, mas com os movimentos sociais emergiu uma nova
consciência política, e o outro lado ficou sem condições de dar o golpe
A crise econômica e
política pela qual o país atravessa neste momento é "em grande parte
forjada, mentirosa, induzida, ela não corresponde aos fatos", afirma o
teólogo Leonardo Boff. Segundo ele, a crise é amplificada por uma dramatização
da mídia. "Essa dramatização
que se faz aqui é feita pela mídia conservadora, golpista, que nunca respeitou
um governo popular. Devemos dizer os nomes: é o jornal O Globo, a TV Globo, a Folha de S. Paulo, o Estadão, a perversa e mentirosa
revista Veja."
Em entrevista
à Rádio Brasil Atual na
segunda-feira (9), o teólogo disse que, no entanto, o atual nível de
acirramento no cenário político não preocupa porque, para ele, comparado a
outros contextos históricos, a "democracia amadureceu". Ele diz
acreditar, ainda, na emergência de uma "nova consciência política".
Boff também
considera que o cenário brasileiro é bastante diferente da Grécia, Espanha
e Portugal, onde são registradas centenas de suicídios, por conta do fechamento
de pequenas empresas e do desemprego, e até mesmo de países centrais, como os
Estados Unidos, que veem a desigualdade social avançar.
"A situação
não é igual a 64, nem igual a 54", compara. "Agora, nós temos uma
rede imensa de movimentos sociais organizados. A democracia ainda não é totalmente
plena porque há muita injustiça e falta de representatividade, mas o outro lado
não tem condições de dar um golpe."
Para Boff, não
interessa aos militares uma nova empreitada golpista. Restaria ao campo
conservador a "judicialização da política": "Tem que passar pelo
parlamento e os movimentos sociais, seguramente, vão encher as ruas e vão
querer manter esse governo que foi legitimamente eleito. Eles têm força de
dobrar o Parlamento, dissuadir os golpistas e botá-los para correr".
Sobre o 'panelaço'
ocorrido no domingo (8), durante o discurso da presidenta Dilma Rousseff para o
Dia Internacional da Mulher, Boff afirma que o protesto é "totalmente
desmoralizado", pois "é feito por aqueles que têm as panelas cheias e
são contra um governo que faz políticas para encher as panelas vazias do povo
pobre".
O teólogo afirma
que a manifestação expressa "indignação e ódio contra os pobres" e
são símbolo da "falta de solidariedade": "O panelaço veio
exatamente dos mais ricos, daqueles que são mais beneficiados pelo sistema e
que não toleram que haja uma diminuição da desigualdade e que gostariam que o
povo ficasse lá embaixo".
Sobre o ato programado pela CUT e movimentos
sociais para sexta-feira (13), Leonardo Boff diz que a importância é reafirmar
os valores democráticos e a defesa da soberania do país: "Aqueles que
perderam, as minorias que foram vencidas, cujo projeto neoliberal foi rejeitado
pelo povo, até hoje, não aceitam a derrota. Eles que tenham a elegância e o
respeito de aceitar o jogo democrático".
O teólogo frisa,
mais uma vez, não temer o golpe. "É o golpe virtual, que eles fazem pelas
redes sociais e pela mídia, inventando e fantasiando, projetando cenários
dramáticos, que são projeções daqueles que estão frustrados e não aceitam a
derrota do projeto que era antipovo."
Para ouvir
https://soundcloud.com/redebrasilatual/midia-cria-odio-forja-crise-e-induz-a-atmosfera-dramatica-de-golpe-diz-boff
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